Monday, September 17, 2007

a minha senhora da solidão

"Queres parar?"
Merda para isso. Também não ias dizer que sim, gosto disso. Agora parece tão simples, fácil até.

Ainda te lembras de ontem? Eras diferente e inquieta e frágil. "Há pessoas que nasceram para estar sozinhas e isso não é necessariamente mau, sabes disso?", perguntaste. Lembro-me disso como se tudo se estivesse a passar agora, à frente dos meus olhos. Não consegui responder logo. Nem pensei, mas vincou-se a ideia de que estavas a dizer adeus. Olhei-te nos olhos, que já conheço tão bem, e aí sorriste e disseste "mas não tem de ser assim...". E eu pensei "como me conheces bem". Sempre pensei demais e nunca cheguei a uma conclusão sobre o que me querias dizer. Sorrimos, perdidos naquele instante. Um deserto sem fim. Podia ter acabado este mundo e começado um novo que não nos teríamos mexido. O encontro era natural e, como tudo o que assim é, acabou por acontecer.

(...)O sol nascia por entre as árvores antes escuras, sombrias e tristes.
"E agora, vamos para casa? Queres parar?", perguntei.
E tu tinhas a resposta perfeita, "Enquanto houver estrada para andar a gente vai continuar".

...

Ando a ter uns sonhos estranhos, é o que me dizem.

Friday, September 14, 2007

é agora?

A felicidade de que depende? Num espectro mais alargado, o nosso futuro, a nossa vida, o que a pode mudar?
Não é uma questão de sorte. Nem de prudência, sensatez, paz ou equilíbrio. Não se trata sequer de fama.

A meu ver, tudo depende do timming correcto. Agir de forma certa, no momento exacto, deve ser extremamente difícil. Pelo menos é o que se me sugere, visto que esta não é uma qualidade que abunda na minha pessoa.

Quantas vezes deixamos escapar a oportunidade perfeita devido à ausência desta característica? E mesmo aqueles têm este estupendo atributo, quantas vezes se enganaram? Porque, para consolidar a inconstância da vida, nem sempre aquele sentimento é acertado, nem sempre as nossas decisões e palpites acertam no ponto esperado. E todos sabemos quanto custa essa desilusão.

“E eu, que não sou menos filho das divindades”, como diz PC, gostava de compreender como se alcança tamanho talento. Será uma questão de feeling? E se for, como descobrimos o verdadeiro e como nunca o perder? Não sei… talvez não passe tudo duma questão de genes ou até um problema glandular… infelizmente para mim, deve ser tarde de mais para mudar.

Por hoje, por agora, vou parar de pensar nisso e aproveitar os últimos dias de calor aconchegante. Abandono a pergunta sobre a passagem do meu timming perfeito, pois se já o perdi, então nada posso fazer…


Ou posso?...

Sunday, September 09, 2007

sim, porque se fosse simples perdia a piada...

"(...) O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Depois disto a única palavra que me vem à cabeça é mesmo esmerding...